Os projetos estratégicos são construídos para incorporar novas competências que foram identificadas como essenciais para atender integralmente sua visão e missão.
Uma vez que a empresa — representada por seus líderes — compreende que executar conforme a estratégia é a forma mais segura de aplicar recursos humanos e financeiros, então chega o momento de escolher os projetos estratégicos e iniciar sua execução.
No entanto, arquitetar o projeto e liderar sua implementação exige do líder muito mais do que vontade. Na prática, ele precisa demonstrar resistência e resiliência, criar sinergia entre grupos multifuncionais, controlar agendas paralelas e, sobretudo, conciliar ambições individuais.
Além disso, o líder deve comunicar com clareza cada passo e validar as decisões com o time. Com isso, evita ambiguidades e elimina surpresas indesejadas. De fato, executar com foco e disciplina não é fácil: exige esforço contínuo, repetição e comprometimento diário.
Nesse contexto, a organização já definiu o planejamento e as prioridades estratégicas. Os objetivos, as estratégias, o Balanced Scorecard (BSC) e os Key Performance Indicators (KPIs) já indicam o caminho da execução. Mais importante ainda, a liderança comunicou e desdobrou essas diretrizes para todas as áreas da empresa.
Em termos de impacto, projetos estratégicos influenciam os resultados corporativos de duas maneiras distintas:
- Em primeiro lugar, geram impacto positivo quando constroem competências ligadas às vantagens competitivas e, assim, criam valor para a marca.
- Por outro lado, causam impacto negativo quando sofrem atrasos, são mal executados ou tratados como despesas, sem a visão clara de ROI (Retorno sobre o Investimento).
Consequentemente, para garantir a continuidade e o financiamento adequado, a empresa não pode atrelar esses projetos ao desempenho mensal de vendas. Em vez disso, deve incluí-los no orçamento anual e tratá-los como investimentos estratégicos financiados pelo lucro do ano anterior.
STEP #1 : CONCEITUAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS PROJETOS ESTRATÉGICOS
O conceito do projeto precisa apresentar uma visão ampla e, ao mesmo tempo, compreensível da solução recomendada.
O conceito do projeto deve apresentar uma visão ampla e, ao mesmo tempo, compreensível da solução proposta. Dessa forma, a empresa garante que todos os envolvidos entendam a proposta com clareza e propósito.
Logo no início, é comum surgirem inseguranças e desconfianças. Portanto, a escolha da metodologia e das ferramentas corretas torna-se essencial. O líder precisa não apenas esclarecer o projeto, mas também conquistar a confiança dos diferentes stakeholders e, idealmente, obter consenso quanto à sua relevância e execução.
Jamais subestime a audiência. Em geral, ela inclui diretores seniores e gestores financeiros experientes, capazes de calcular o ROI mentalmente. Além disso, esses profissionais conseguem estimar, com precisão, o impacto do projeto no EBITDA após sua conclusão.

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O sucesso do projeto começa por um conceito bem arquitetado. Se o conceito estiver errado, o resultado será comprometido desde o início. Na maioria das vezes, isso inviabiliza a execução, desperdiça tempo, consome investimentos e, pior ainda, coloca em risco o futuro da empresa.
Por isso, projetos estratégicos que buscam desenvolver novas competências geralmente exigem o apoio de uma consultoria especializada na fase de conceituação e sistematização. Não economize nesse momento. Investir aqui reduz erros, acelera a implementação e aumenta a probabilidade de sucesso.
Além disso…
.Uma tática eficaz para engajar os diferentes públicos envolvidos é desenhar um fluxo visual. Esse esquema deve ilustrar, de forma clara e detalhada, como o projeto resolverá o problema. Inclua nesse desenho as áreas que serão beneficiadas, facilitando o entendimento coletivo e o alinhamento interno.
Na hora de escolher o time responsável pela execução, evite a todo custo os “voluntários de ocasião”. Sempre há alguém que afirma: “Não precisamos de consultoria, eu mesmo faço.”
Geralmente, trata-se de um gestor acomodado, que já deveria ter proposto a solução. Por conveniência, ele resiste à mudança e, frequentemente, sabota novas iniciativas para proteger sua posição.
Projetos estratégicos exigem mais do que rotina. Superam expectativas operacionais e colocam o líder num papel de destaque. Se você foi capacitado e escolhido para liderar, assuma sua posição com coragem e protagonismo.
Os Projetos Estratégicos nesse cenário…
Você se torna um colaborador extraordinário: ousado, inovador, empreendedor e tomador de risco. Na prática, um exemplo — ou role model — para os demais. O líder deve representar e disseminar os valores da empresa em todos os níveis da organização.
Segue abaixo um exemplo de implementação de projeto de marketing digital com foco em conteúdo.

Para não envelhecer de forma acelerada, a empresa deverá contar com líderes bem treinados e capacitados que executarão os projetos estratégicos criando novas competências essenciais para o futuro e perpetuação da empresa.

STEP #2: ELEJA O LÍDER
Existe uma tendência recorrente nas diretorias de comparar “quanto custa” antes de perguntar “qual o impacto organizacional”. Portanto, o primeiro desafio do líder é demonstrar claramente esse impacto e conquistar o apoio total da alta gestão.
Como a diretoria é um organismo multidisciplinar, ela exige uma liderança madura, técnica e eficaz antes de delegar poderes reais — empowerment.
Durante a fase de conceituação, com o suporte ativo da diretoria sênior, o líder precisa montar seu time de especialistas e iniciar a execução, combinando tarefas e alinhando expectativas.
STEP #3: IDENTIFIQUE TODOS OS “PONTOS DE CONTROLE”
Nesta etapa, muitos temas ainda não têm respostas definitivas. Em alguns casos, há múltiplas possibilidades que exigem um estudo aprofundado. Por isso, a área competente deve conduzir essa análise de forma exclusiva.
Um especialista técnico deve apresentar recomendações claras, com pontos fortes e fracos, acompanhados de orçamentos detalhados. Além disso, é essencial definir os milestones — os pontos de controle — com base em suas interdependências. Essa cadência evita atropelos e ruídos na execução.
Em geral, qualquer solução envolverá técnicas e tecnologias já disponíveis no mercado. Portanto, ainda na fase de planejamento, pesquise e avalie a aderência do projeto às opções existentes. Só depois disso, estruture um cronograma realista.
Se restarem dúvidas, elabore uma Proof of Concept (POC). Essa etapa permite testar o conceito sem comprometer recursos significativos, além de apoiar o aprendizado com segurança.
Outro benefício importante é a identificação dos potenciais obstáculos intransponíveis — os chamados showstoppers. Eles podem surgir por negligência ou acaso. Em ambos os casos, cabe ao líder removê-los, redirecionar o curso ou, se necessário, abandonar o projeto antes de causar prejuízos maiores.
O líder age como arquiteto — e não como pedreiro. Ele deve saber exatamente quais botões apertar e quando fazê-lo. Projetos exigem uma liderança com capacidade de articulação, persuasão e sensibilidade. Envolver cada owner de tarefa requer um alto grau de sedução técnica e política.
Cada owner tem a obrigação de contribuir como um verdadeiro consultor e especialista em sua área. Por isso, o líder precisa cultivar e cobrar esse comportamento de forma constante.
Além disso, o líder deve neutralizar dois tipos de ameaças: os chutadores e os sabotadores. Para os chutadores, peça credenciais. Se não tiverem, agradeça e descarte as sugestões. Quanto aos sabotadores, “pinte-os com tinta invisível” e siga em frente. O negativismo deles não merece atenção.
STEP #4: NEGOCIE RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS
Todo projeto estratégico deve estar previsto no orçamento anual, com verba própria e claramente separada. Vale lembrar que esse recurso poderia ter sido distribuído aos sócios como dividendos. No entanto, ao priorizar a inovação e o crescimento, a empresa opta por reinvestir — em vez de distribuir hard dollars.
Naturalmente, os sócios acompanharão de perto a evolução do projeto. Eles observarão como o dinheiro está sendo utilizado e quando o retorno sobre esse investimento se refletirá no EBITDA.
A verba do projeto nunca deve ser desviada para cobrir outros custos. Muitas empresas falham aqui: por não controlar bem o fluxo de caixa, usam qualquer saldo para pagar despesas operacionais. No entanto, recursos estratégicos devem estar blindados contra essas interferências e independentes do desempenho mensal de vendas.
STEP #5: CRONOGRAMA
Essa é, teoricamente, a fase mais simples do projeto. Após identificar milestones, owners e orçamento, basta montar a planilha com o tradicional sistema de cores — verde, amarelo e vermelho. Evite ferramentas exageradas ou cheias de efeitos visuais desnecessários.
Entretanto, o projeto só avança quando todas as etapas estiverem claramente definidas, com suas dependências mapeadas, prazos delimitados e pontos de controle integrados ao orçamento.
Portanto, caprichar nos detalhes agora é vital para evitar caos e conflitos adiante. Negligenciar essa fase neutraliza qualquer chance de concretização do projeto.
Uma última dica: jamais trate um projeto estratégico como uma emergência. Respeite o tempo de execução de cada membro da equipe. Pressionar indevidamente reduz qualidade e compromete a motivação.
STEP #6 : FOLLOW UP – FAÇA PERFEITO PARA QUE NÃO SEJA REFEITO
Criar uma sistemática de controle e evolução tem como objetivo garantir a boa execução do projeto e, principalmente, remover os roadblocks — barreiras que surgem e desaparecem naturalmente ao longo do caminho.
Para promover sinergia real, uma prática altamente recomendada é estabelecer uma reunião semanal presencial, com o time trabalhando junto nos Projetos Estratégicos, na mesma mesa, por um período dedicado.
Entre os diversos benefícios estão:
a) manter o foco;
b) eliminar obstáculos;
c) acabar com desculpas;
d) fortalecer a sinergia;
e) alinhar agendas;
f) aumentar o acervo de piadas — afinal, o ambiente precisa ser leve.
E, claro: executar com foco e disciplina.
Portanto, execute e lidere com excelência com seus Projetos Estratégicos. Desafie, remunere, celebre!
Durante essas reuniões no “mesão”, reforce publicamente suas decisões, mesmo quando tiver total autonomia para tomá-las. Esse gesto reforça o engajamento coletivo e torna a liderança mais participativa. O estilo de liderança que valoriza o consenso tende a ser mais eficaz — e muito mais agradável — do que o modelo autoritário.
Cada etapa deve seguir rigorosamente os prazos combinados. Monitorar a execução é uma obrigação do líder. Projetos quase sempre enfrentam duas ameaças humanas universais:
- Adaptabilidade: Muitas empresas resistem à inovação por apego a rotinas antigas. Por isso, enfrente com firmeza a insolência disfarçada de prudência.
- Resiliência: Projetos ambiciosos exigem insistência. Observe com atenção a curva de aprendizado e esteja preparado para segui-la até o fim.
Infelizmente, colaboradores tóxicos — derrotistas, frustrados e desmotivados — frequentemente minam a energia da equipe nas primeiras semanas. Se você é líder, saiba: isso vai acontecer com você.
No entanto, mantenha-se firme. Cultive uma agenda positiva e uma atitude progressista. Evite conflitos diretos. Em vez disso, contorne e avance.
O presidente da empresa precisa tornar visível quem são os líderes. Nem que, para isso, eles usem um tênis vermelho como símbolo. Esses líderes servem como modelos, propagam os valores da empresa e inspiram novatos bem-intencionados. Valorize sempre quem lidera com ousadia, visão empreendedora e disposição para assumir riscos.
Além disso, garanta que o time esteja sempre alinhado — “na mesma página” — conforme o projeto avança. O processo de engajamento percorre momentos típicos: encontros, desencontros, debates, embates e, sim, eventuais sacanagens.
Nesses momentos mais “calorosos”, o construtivismo precisa prevalecer. E, acima de tudo, o bom senso deve conduzir os debates para que permaneçam focados no conceito do problema — jamais nas pessoas.