Nori Lucio Jr November 6, 2018 Business coaching, Gestão de Negócios
No organograma convencional, aquele com formato de pirâmide, no topo aparecia o CEO, presidente ou diretor executivo que exigia ser servido por sua organização moldada por processos, procedimentos e instruções de trabalho cascateados pelos diversos níveis de cada departamento.
Apesar do rigor na cobrança pela aderência aos processos, as características apenas cobram implacavelmente o desempenho sobre os indicadores, mas dificilmente sabem o que fazer com eles. Perdem a oportunidade de fazer intervenções no tempo certo e não tomam decisões simplesmente por não saberem qual objetivo estão perseguindo.
Esse modelo de organograma privilegia a hierarquia e desconsidera a sinergia entre os vários departamentos. Cada departamento opera de forma isolada formando “feudos” que não enxergam o propósito de sua contribuição para as estratégias da empresa, pois trabalham apenas de forma rotineira e repetitiva.
Empresas que adotam esse formato de gestão são consideradas acumuladoras. Seus donos sugam cada centavo que sobra do caixa da empresa ao invés de terem uma postura empreendedora, investindo em novas competências e novos projetos. Por não terem um planejamento estratégico que ilumina o futuro da empresa, não tem estratégias definidas e sucumbem na “insatisfação crônica” que contamina seus líderes e gestores.
Existem dois problemas fundamentais com esse modelo de organização:
- A hierarquia que na prática se transforma numa malha burocrática justificada pela disciplina aos processos. A “capatazia” típica de gestores com medo de perder seus empregos reforça a obediência ao chefe tornando a organização lenta, sem iniciativa e sem criatividade
- Com medo de errar e colocar seus empregos em risco, seus líderes e gestores preferem perseguir friamente seus indicadores. Como desconhecem seu propósito para com a empresa e ignoram o amadurecimento de seus clientes, matam seu negócio
Organizações inovadoras, vibrantes e empreendedoras ( não acumuladoras ) contratam e privilegiam seus líderes utilizando os seguintes critérios:
- Habilidade e conhecimento. Nessa ordem vale a experiência como prioridade ao MBA de primeira linha. A ordem é executar – “get shit done”
- Aderência aos valores da empresa para que seja mantida a harmonia e o construtivismo. O espírito de servir torna-se o principal diferencial para empresas de alta performance
“O domínio do conhecimento é que determinará se sua empresa é de alta performance!”
Diferente da perseguição ao processo e aos indicadores (KPI – key performance indicators), a ordem é promover e estimular a autonomia conquistada pelo conhecimento, pelo espírito de servir e pela aderência ao valores da empresa.
Nesse caso, o antiquado organograma na forma de pirâmide é invertido. Veja a seguir:
- Na base da pirâmide entra o CEO, cuja função é ser um facilitador e um defensor feroz dos valores da empresa. Como defensor, é também seu principal exemplo nas atitudes do dia a dia. Como facilitador, tem a obrigação de enxergar os “gargalos” da organização e removê-los, facilitando o processo de execução
- No meio, cada líder gestor é reconhecido por sua especialidade em suas funções. Cabe a eles elaborar os processos, fluxos de trabalho e indicadores. Sua característica é elaborar indicadores de progresso que demonstram a construção contínua. Nunca estão em estado defensivo
- No topo da pirâmide, o cliente!
Orientada pelo organograma inverso, esse modelo de organização horizontal e matricial estimula a sinergia entre equipes multidisciplinares na concepção e execução de projetos estratégicos. Transformam o ambiente criando uma cultura organizacional que principalmente retém seu maior e mais caro ativo, seus líderes.
Seus líderes reconhecem que sua empregabilidade está diretamente relacionada às suas habilidade e conhecimentos, que se renovam quase que completamente a cada 4 anos, portanto, vivem como estivessem continuamente no segundo ano, ou seja, em atualização constante.
Estão sempre um passo a frente das tendências que provocam mudanças disruptivas e, por isso protegem a empresa gerando mais inovação e mais diferencial competitivo, se distanciando da concorrência e ganhando cada vez mais relevância no processo de tomada de decisões de seus clientes.
Empresas que promovem esse modelo alcançam a sonhada singularidade no posicionamento da Marca. Na prática, singularidade significa que, além de crescer suas vendas ao mesmo crescem também suas as margens.