Nori Lucio Jr February 14, 2019 Liderança
Estabelecer confiança é o desafio prioritário a ser conquistado para o desempenho impecável entre líderes e comandados e, principalmente, entre líderes de diferentes equipes que exigem interação e integração.
Quando é estabelecida a confiança, líderes e membros de diferentes equipes criam a tão sonhada e verbalizada sinergia, trazendo segurança ao ambiente da empresa, mantendo as batalhas exclusivamente fora “dos muros” da empresa, ou seja, no ambiente de mercado e concorrência.
Ao invés de repetirem sistematicamente “vamos ganhar sinergia”, líderes deveriam repetir “vamos conquistar a confiança”. CEOs falham por diversas razões mas falham, especialmente, quando não conseguem conquistar (diferente de impor) a confiança de seu *staff*.
Conquistar a confiança é responsabilidade exclusiva do líder em qualquer nível da organização. É uma habilidade inerente às responsabilidades exigidas por seu cargo e por isso deverá ser cobrada, impiedosamente, como quesito de empregabilidade.
Quando a empresa chegou a um nível de maturidade e é servida por um conjunto de líderes que conquistaram a confiança uns dos outros, além da sinergia, acontece também um fenômeno chamado “brain power”. Isso significa que todos os cérebros dos líderes estão trabalhando juntos como se fossem um super cérebro, com competências e habilidades multidisciplinares, produzindo resultados extraordinários.
O “brain power” é um excepcional exterminador de gargalos quando a tarefa é eliminar qualquer barreira que se apresente ao longo do processo de execução do planejamento estratégico. Vale ressaltar que, na maioria das vezes, as soluções são sugeridas por áreas de pouca ou nenhuma afinidade com o tema central. No entanto, a visão sobre diferentes perspectivas são as que normalmente solucionam os problemas mais complexos. Nesse fase de maturidade, os embates passam a ser apenas no nível conceitual e sempre construtivos.
Infelizmente o cenário mais comum observado na maioria as empresas é de não sinergia, e por isso não há confiança entre os líderes.
O diagnóstico é simples de observar, no entanto os sinais são invisíveis ao Ego.
É natural, mas não tolerável, que líderes despreparados ressaltem seu ego como medida de proteção e defesa. O ego só aparece quando o skill exigido para o cargo é incompatível com o desafio que lhe foi imposto.
Nesse caso, ao invés de servirem seus pares e comandantes, o líder passa seu tempo, auditando, julgando e criando dossiês juntando milhares de emails para justificar sua incompetência, com o único objetivo de salvar seu emprego. É clássica a frase do líder que já está na beira do abismo: “Acho que estamos com problemas de comunicação”.
Esse comportamento nocivo corrompe todos os níveis da organização por tomar proporções enormes quando praticado sistematicamente em grupo. Como consequência, se apossa da frágil cultura organizacional que sucumbe, levando junto o futuro da empresa.
Confira se seu líder é capaz de criar confiança:
1. O líder encanta. Tem a capacidade de engajar seu time e também funcionários de outras áreas.
2. O líder não tem agenda pessoal. Cresce na empresa por meritocracia através dos resultados produzidos pelos projetos que gerencia.
3. O líder se comunica. Compartilha de forma articulada, sintetizada e simples. Nunca impõe, mas ganha consenso promovendo debates e embates construtivos, temáticos, nunca pessoais.
4. O líder delega, não delarga. Elabora estudos detalhados seguidos de processos que garantem o progresso com previsibilidade durante a execução. O líder não enche o saco, acompanha o progresso via reuniões formais de follow up.
5. O líder oferece. Entende que sua função é desenhar cenários, oferecer soluções e recomendações que trazem clareza em situações ambíguas.
6. O líder assume a responsabilidade. Um líder nunca se utiliza de desculpas que é a tradicional ferramenta do incompetente.
7. O líder toma risco. Existem dois tipos de risco: o estúpido que leva a demissão, e o empreendedor que é calculado e compartilhado com os diretores seniores da empresa que apoiam a ousadia.
8. O líder remove barreira. Executar dá trabalho. “O diabo mora nos detalhes” e sempre aparece durante o processo de execução.
9. O líder planeja antes. Se antecipa a possíveis problemas. ele alerta que “vai dar merda” e faz recomendações. O empregado assalariado, relata que “deu merda” e normalmente coloca a culpa em alguém.
10. O líder recompensa a equipe. Um abraço do líder vale tanto quanto um cheque. O líder bem humorado transforma o clima da empresa, que fica divertido e retém talentos. O líder sempre usa uma fórmula simples e eficaz que ajuda a sequenciar o pensamento estratégico e transformá-lo numa boa execução.